Comprometimento Cognitivo Leve (CCL): Entendendo o Quadro
- Cris Beckert
- 20 de mai.
- 2 min de leitura

O comprometimento cognitivo leve (CCL) é uma condição caracterizada por uma redução
discreta nas funções cognitivas, como memória, atenção, linguagem e raciocínio, que vai além
do esperado para a idade, mas ainda não interfere significativamente na vida cotidiana do
indivíduo. É considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e as
demências.
Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:
• Dificuldade para lembrar compromissos, nomes ou conversas recentes.
• Lentidão no raciocínio e na tomada de decisões.
• Problemas leves de atenção ou concentração.
• Dificuldade para encontrar palavras ou organizar pensamentos.
• Percepção de piora cognitiva por parte do próprio indivíduo ou de pessoas
próximas.
Apesar dessas dificuldades, a independência funcional é preservada, ou seja, a pessoa
continua realizando suas atividades diárias normalmente, embora com mais esforço ou
estratégias compensatórias.
O CCL é mais comum em pessoas acima dos 60 anos, mas pode aparecer mais cedo,
especialmente quando há fatores de risco como histórico familiar, doenças vasculares,
depressão ou baixa escolaridade.
A avaliação neuropsicológica é indicada quando há suspeita de comprometimento cognitivo,
especialmente se houver:
• Queixas de memória frequentes e progressivas.
• Dificuldade crescente em lidar com tarefas habituais.
• Histórico familiar de demência.
• Alterações cognitivas percebidas por terceiros.
Essa avaliação permite identificar quais funções cognitivas estão comprometidas, sua
gravidade e a possível causa, além de auxiliar no plano de tratamento e acompanhamento.
É importante apontar que o CCL é diferente das demências. A principal diferença está na
intensidade e impacto funcional. Enquanto no TCL a pessoa continua funcional, nas demências
há comprometimento progressivo da autonomia, com prejuízo nas atividades diárias,
comportamentos e relações sociais.
Além disso, a evolução do TCL pode variar:
• Cerca de 10–15% das pessoas com TCL evoluem para demência a cada ano.
• Outros permanecem estáveis ou até melhoram, especialmente se houver
intervenção precoce.
O diagnóstico precoce do TCL é fundamental para:
• Monitorar a progressão ou estabilização do quadro.
• Planejar intervenções preventivas, cognitivas e de estilo de vida.
• Tratar causas reversíveis (ex: depressão, distúrbios do sono, deficiência de
vitaminas).
• Envolver a família e preparar o suporte adequado, caso o quadro evolua para
demência.
O acompanhamento neuropsicológico e médico regular permite adaptar estratégias de
reabilitação, melhorar a qualidade de vida e proporcionar um envelhecimento mais saudável e
ativo.
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